Eras a casa, o lugar
onde o sol
ardia sobre a pedra,
a pedra sobre o mundo,
o mundo sobre o coração.
Como podias, uma
a uma, suportar as lágrimas
do mundo, ninguém sabia:
o lugar do sol
era a casa – e ardia.
Eugênio de Andrade
Aqui estarão registrados textos poéticos, ou não, selecionados por mim e pela simpatia, carinho de amigos. Alguns serão um atrevimento meu, tambores a ressoar neste espaço. E, se quiserem acusar alguém , acusem-me, por favor!
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
A saudade das folhas
A SAUDADE DAS FOLHAS
Sobre o meu
banco ancião, junto às árvores tortas,
venho sofrer o
outono da alameda.
Há um ranger enervante e bom de folhas mortas
Há um ranger enervante e bom de folhas mortas
na paisagem
finíssima de seda.
E estende-se a
meus pés a tristeza de tudo
que fui, que
foste, do que sou, do que és...
E as árvores
também têm, no chão de veludo,
a saudade das
folhas a seus pés...
Guilherme de Almeida.
Guilherme de Almeida.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Uma homenagem ao grande Dalcidio Jurandir
A Casa de Cultura Dalcídio Jurandir, convida os amigos para homenagem coletiva dos 104 anos de nascimento do escritor no dia 10 de janeiro de 2013.
Disponibilizamos citações que remetem a ideologia do marajoara que fez da militância poética a função social de sua obra.
Pedimos aos amigos que, desde já, preparem seus poemas, citações e textos favoritos e façam postagens no mural do evento, compartilhando, também, com seus amigos os textos postados por outros.
Nosso objetivo maior é aproveitar a data para encharcar o Brasil com a aquonarrativa de Dalcídio, pondo em movimento a redescoberta do autor pela crítica nacional, como proposto pelo amigo, Profº Paulo Nunes. c/c Casa Dalcídio Jurandir Ccdj
Texto copiado do Face da Casa Dalcidio Jurandir!
Disponibilizamos citações que remetem a ideologia do marajoara que fez da militância poética a função social de sua obra.
Pedimos aos amigos que, desde já, preparem seus poemas, citações e textos favoritos e façam postagens no mural do evento, compartilhando, também, com seus amigos os textos postados por outros.
Nosso objetivo maior é aproveitar a data para encharcar o Brasil com a aquonarrativa de Dalcídio, pondo em movimento a redescoberta do autor pela crítica nacional, como proposto pelo amigo, Profº Paulo Nunes. c/c Casa Dalcídio Jurandir Ccdj
Texto copiado do Face da Casa Dalcidio Jurandir!
sábado, 5 de janeiro de 2013
Uma poesia de Angola
Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...
Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guisos,
nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.
Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...
Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...
Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...
Os teus meninos cresceram,
e esqueceram as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram p'ra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...
Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.
É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada..
Lisboa, 1951 (Poemas, 1966
ALDA LARA (Alda Ferreira Pires
Barreto de Lara Albuquerque. Benguela, Angola, 9.6.1930 - Cambambe, Angola,
30.1.1962). Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Muito nova veio para
Lisboa onde concluíu o 7º ano dos liceus. Frequentou as Faculdades de Medicina
de Lisboa e Coimbra, licenciando-se por esta última. Em Lisboa esteve ligada a
algumas das actividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a
atenção para os poetas africanos. Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá
da Bandeira instituiu o Prémio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque
propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou
já um volume de poesias e um caderno de contos. Colaborou em alguns jornais ou
revistas, incluindo a Mensagem (CEI). Figura em: Antologia de poesias
angolanas,Nova Lisboa, 1958; amostra de poesia in Estudos Ultramarinos, nº 3,
Lisboa1959; Antologia da terra portuguesa - Angola, Lisboa, s/d (196?)1; Poetas
angolanos, Lisboa, 1962; Poetas e contistas africanos, S.Paulo, 1963; Mákua 2 -
antologia poética, Sá da Bandeira, 1963; Mákua 3, idem; Antologia poética
angolana, Sá da Bandeira, 1963; Contos portugueses do ultramar - Angola, 2º vol,
Porto, 1969. Livros póstumos: Poemas, Sá da Bandeira, 1966; Tempo de chuva (c),
Lobito, 1973
Escritora Alda Lara, foi uma poetisa angolana, que criou uma grande produção poética, publicada apenas após a sua morte, através da recolha dos seus poemas feita pelo seu marido. Wikipedia
Nascimento: 9 de junho de 1930, Benguela
Falecimento: 30 de janeiro de 1962, Cambambe
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