quinta-feira, 28 de maio de 2009

Leite derramado

Muito interessante o poema de uma companheira do Clube de Leitura Icaraí!

"Olha aí, gente minha! Nem tão poeta, nem tão ativista... um tantinho sonhadora e, sempre questionadora, num momento qualquer, perdido por aí, também ousei meu "Leite Derramado".




Um saco ser fatalista!
Tudo é tão pré-destinado
Que tira até o direito
Da gente poder chorar
Sobre o leite derramado
Ou de pensar que amanhã
Se possa apagar o fogo
Justinho na hora certa:
Pouco antes do desastre.


Pensava ser fatalista
Eu, desde de pequenininha.
Mas para ser verdadeira,
Sou bem como todo mundo:
Fatalista de passado
De repetir, "eu não disse
Que isso ia dar errado?


Ou então "que maravilha!
Só poderia acabar
Assim mesmo: tudo certo!"
Fatalismo p'ra amanhã...
...sei lá, até pode ser...
... sei não... melhor nem dizer."


E assim, lá vamos nós
Nessa "vã filosofia"
Fatalismo e poesia
Juntos, no mesmo saco.


É isso aí, meus senhores
Nem adianta negar,
Pois coisas tão antagônicas
- assim, só de parecença -
bem podem coexistir.
Lá no fundo, todos nós
Os fatalistas-poetas
Ou "vice-versa ao contrário"
Ao falarmos de porvir
Como falamos bonito!
Dizendo que, o futuro
No céu de já foi traçado
E nas estrelas escrito.


(Ilnéa, alguns (muitos) anos atrás...e ainda.ubstância que pode causar intoxicações."

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