domingo, 28 de junho de 2009

Perdi meu poema



Onde andas,

meu poema?

Onde a luz que clareava meu dia?

Onde andas, meu poema?

Música como de cotovia

Ritmo, embalo de emoção

Balada de um infante ao adormecer

Onde andas, meu poema?

Tambor

Guia de cego

passo de boi

Luz da primeira manhã...

Meu pecado e meu acerto.


Eloisa Helena:

S.G, 28/06/2009








sábado, 27 de junho de 2009

Palavras como rosas


Esperava palavras espumosas

palavras aderentes, diferentes palavras

que ficassem, não partissem.

Palavras foram rosas

breves perfumosas.

Mas fizeram um estardalhaço!

Uma explosão: cobriram espaços!


Eloisa

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sobre Crime e Castigo , Dostoiévski

Estou também em silêncio...Lágrimas seriam palavras? Não consegui ler todo o livro, mas vou à reunião.Em cada página, vislumbrei um pouco do inferno daquela alma atormentada...O sacrifício de mulheres...homens que não conseguem aceitar as máscaras...
Nas primeiras páginas demorei mais tempo do que de costume...tal o choque. Como já disse alguém, Dodô quer a nossa alma e tive medo de perder a minha. Vou ler mais um pouco esta noite e sonhar de novo com a psicologia comportamental de grupos , com as vaidades dos papeis...E que Deus tenha piedade dos inocentes, ou dos sábios. Obrigada, Grupo, pelas informações preciosas.
Eloisa Helena
(Texto escrito dia 24-06-2009 , para Grupo de Leitura Icarai).

Dia seguinte , Ilnea fez esta beleza>


Fossem as lágrimas palavras
e os versos fossem só pranto
choraria em minhas lavras
as trovas que ainda não canto.
25-06-2009

Abraço grande.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Avesso


Estico a linha


Nó na alma


Caio em buracos


Acordo em templos


Faço mágicas


Vendo sonhos


Rasgo-me


Depois remendo


Assim vou levando a vida


Não reclamo dos tropeços


Vou costurando meus retalhos


Alegres, tristes, grandes ou pequenos


Sonhos, amores,ideais


Amassados, roidos, esquecidos


Todos eles têm suas cores


Qualidades e defeitos


O que importa


É viver intensamente


Mesmo que boneca de pano


Remendanda, costurada, até bizarra


Esse é o meu avesso


Acreditem... tem encanto.




Da amiga:Maria Lúcia de Almeida,


poetisa, meiga e doce, a quem aprendi a admirar na Discutindo Literatura.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

AMÊNDOAS

O poema de hoje é de uma amiga aqui do Orkut. Em breve, irei abraçá-la pessoalmente.
Na Comunidade Discutindo Literatura, a palavra a libertar seria amêndoa (sugestão minha) e esta ficou algum tempo presa.Dei up , ela surgiu, a nossa sensível poetisa: Luciana Pessanha.
Lu, a você meu agradecimento por esta beleza, pequena e preciosa, como uma amêndoa! Beijos.

Deixe o seu amor
exposto ao sol da dúvidas
enquanto beija e oferta
bombas de amêndoas.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O decifrador de imagens





O decifrador de imagens
persegue um fantasma de vestígios
como Ulisses amarrado
ao querer do conhecer
A descoberta é invenção provisória:
as vozes não se vêem
o que se vê não se ouve
A imaginação
ergue-se do arrepio da sombra
guerrilha entre parênteses
ergue-se da constante chacina
procurando outra coisa
outra causa
o outro lado do ver
Ana Hatherly
O Pavão Negro
Assírio & Alvim
2003

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Hoje é Dia de Camões


Glosa a mote alheio


"Vejo-a na alma pintada,

Quando me pede o desejo

O natural que não vejo."


"Se só no ver puramente

Me transformei no que vi,

De vista tão excelente

Mal poderei ser ausente,

Enquanto o não for de mi.

Porque a alma namorada

A traz tão bem debuxada

E a memória tanto voa,

Que, se a não vejo em pessoa,

"Vejo-a na alma pintada."



O desejo, que se estende

Ao que menos se concede,

Sobre vós pede e pretende,

Como o doente que pede

O que mais se lhe defende.

Eu, que em ausência vos vejo,

Tenho piedade e pejo

De me ver tão pobre estar,

Que então não tenho que dar,

"Quando me pede o desejo."


Como àquele que cegou

É cousa vista e notória,

Que a Natureza ordenou

Que se lhe dobre em memória

O que em vista lhe faltou,

Assim a mim, que não rejo

Os olhos ao que desejo,

Na memória e na firmeza

Me concede a Natureza

"O natural que não vejo."


Luís de Camões


Meu poeta prefrido.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Uma homenagem à Discutindo Literatura



Constelações.Que riqueza a imaginação humana!

"Sugerir sem revelar...

induzir a uma emoção.

O Poeta, em seu cantar

tem essa doce Missão!"

(Elizabeth Souza Cruz)

in, Discutindo Literaturas Crônicas.

A imagem é minha foto .Registro de uma visita ao Planetário em 7/6/2009, acompanhando minha filha Adélia a um trabalho.

No Planetário, com minha filha





















"Nosso amor vale tanto
Por você vou roubar
os anéis de Saturno!"


Rita Lee e Roberto de Carvalho


Para Adélia.

"

sábado, 6 de junho de 2009

Maria


Estas são minhas amigas: Ana Catarina , a flor mais novinha, Maria Adelaide, a flor que enfeita o planeta há mais tempo.
São duas amigas que fiz no Orkut e com as quais me identifico, troco poemas, fotos, sugestões , confidências , orações e piadas. São portuguesas e pretendo um dia abraçá-las pessoalmente. No dia do aniversário de Maria Adelaide, em 17/4/2009, Catarina -nome de rainha,-não pode estar presente e enviou-lhe o poema que foi lido e posto aqui hoje.
Já chegara a Primavera
E os passarinhos voltavam,
Mas os campos florescidos,
Ao brilho do Sol aquecidos,
Sublime flor aguardavam.
Foi no dia dezassete
Que as andorinhas pousaram
No berço de uma menina,
Maria, tão pequenina,
Suavemente a embalaram.
Maria cresceu, floriu,
Trouxe ao mundo novas vidas.
Multiplicou seu amor
Com delicadeza de flor,
Tornou-as mais coloridas.
Vão passando as Primaveras,
Mas o coração sabe bem
A vida que a ti devemos.
Com amor te agradecemos
O teu colinho de mãe.
Ana Catarina
Fiquei tão emocionada, diz a mamãe.