Metamorfose
Para vergá-la precisei de usar
uma nova linguagem que não minha:
desalfabetizei-me do pensar
e do equilíbrio que a palavra tinha.
E a joguei na cama-pasto a esporear-
lhe o dorso. (Égua de mulher feminina
e doce!) Ela deixou-me ruminar-
lhe o capinzal no vale de sua tina.
E quando me sentiu seu dono e fado
"seu cavalo!" e cavaleiro, entregou-
se inteiramente à monta. Dali afora.
pôde-se ouvir por todo o imenso prado
gargalhadas de amor que relinchou.
Saímos cavalgando pela aurora.
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