Viver é sofrer
No sistema de Schopenhauer, a vontade é a raiz metafísica do mundo e da conduta humana; ao mesmo tempo, e a fonte de todos os sofrimentos. Sua filosofia é, assim, profundamente pessimista, pois a vontade é concebida em seu sistema como algo sem nenhuma meta ou finalidade, um querer irracional e inconsciente. Sendo um mal inerente à existência do homem, ela gera a dor, necessária e inevitavelmente, aquilo que se conhece como felicidade seria apenas a interrupção temporária de um processo de infelicidade e somente a lembrança de um sofrimento passado criaria a ilusão de um bem presente. Para Schopenhauer, o prazer é momento fugaz de ausência de dor e não existe satisfação durável. Todo prazer é ponto de partida de novas aspirações, sempre obstadas e sempre em luta por sua realização: “Viver e sofrer”.
Mas, apesar de todo seu profundo pessimismo, a filosofia de Schopenhauer aponta algumas vias para a suspensão da dor. Num primeiro momento, o caminho para a supressão da dor encontra-se na contemplação artística. A contemplação desinteressada das idéias seria um ato de intuição artística e permitiria a contemplação da vontade em si mesma, o que, por sua vez, conduziria ao domínio da própria vontade. Na arte, a relação entre a vontade e a representação inverte-se, a inteligência passa a uma posição superior e assiste à história de sua própria vontade; em outros termos, a inteligência deixa de ser atriz para ser espectadora. A atividade artística revelaria as idéias eternas através de diversos graus, passando sucessivamente pela arquitetura, escultura, pintura, poesia lírica, poesia trágica, e, finalmente, pela música. Em Schopenhauer, pela primeira vez na história da filosofia, a música ocupa o primeiro lugar entre todas as artes. Liberta de toda referência específica aos diversos objetos da vontade, a música poderia exprimir a Vontade em sua essência geral e indiferenciada, constituindo um meio capaz de propor a libertação do homem, em face dos diferentes aspectos assumidos pela Vontade.
Elô diz:
O que me encanta:
" o caminho para a supressão da dor encontra-se na contemplação artística"
O texto foi retirado do site Cultura Bbrasileira.
Dia 25 de agosto, no espaço da Glia, haverá uma palestra do nosso querido José Maurício sobre os dois grandes filósofos Arthur Schopenhauer e Nietzsche.Às 19 horas, na rua Nilo Peçanha, Ingá, Niterói. não podemos perder.
ResponderExcluirEloisa, você vai gostar disso:
ResponderExcluir"A palavra do homem é o material mais duradouro. Se um poeta deu corpo à sua sensação passageira com palavras mais apropriadas, aquela sensação vive através de séculos nessas palavras e é despertada novamente em cada leitor receptivo". Arthur Schopenhauer.
Eu queria estar aí nessa palestra. Veja se pode registrar em vídeo e disponibilizar para todos nós. Seria interessante...
Sucesso!
Beijos!
@soniasalim
Querida, será um prazer tentar, desde que me seja permitido.
ResponderExcluirBjs e obrigada!
Ah, o pensamento é maravilhoso mesmo!
ResponderExcluirSchopenhauer é um dos poucos filósofos em que sinto prazer em ler. Tenho lido algumas coisas dele nos ultimos tempos e gostado muito. A melhor coisa que já lí dele até agora foi o quarto livro de "O Mundo como razão e representação".
ResponderExcluirPois é , e amanhã haverá o inicio do curso Estou com vontade de fazê-lo. Obrigada,Antônio, por citar esta obra aqui.vc tem sido um amigo a acrescentar muito. E dona Soninha acima tb rsrs
ResponderExcluirBjs.
Elô, embora não partilhe do pensamento de Schopenhauer, gostei muito da frase selecionada por você. A arte nos engrandece sempre e ainda nos traz felicidade. Bjs.
ResponderExcluirObrigada, querida!Pelo comentário e pelo registro de seu pensamento.
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