quarta-feira, 14 de março de 2012

SERIA...




Uma dor se recolhe ou se livra
Uma palavra liberta, desperta, se grita,
Se escreve ou deleta
Um desejo latente, inclemente, acende
Repreende ou se implora.
Senhora da minha vontade
Com ou sem qualidade,
Nasce sem jeito, implorando por leito,
Correndo como água turva ou pura
Invade terrenos tão secos
Com pedras ou gemas
Com galhos, sementes
Sem lei nem rei sem fé
Sem beleza ou rudeza
Sem rimas, sem pé.

Eloisa Helena,15/3/2012

5 comentários:

  1. Querida Elô, bela inspiração, belo poema. Pelo visto, Fernando Pessoa com seu LIVRO DO DESASSOSSEGO desencadeará muitos escritos lindos como os seus. Destaco a primeira frase que amei "Uma dor se recolhe ou se livra". Acho muito bom quando nos livramos da dor, seja escrevendo, seja falando dela, seja assumindo atitudes que nos fazem mais felizes. Beijo grande da amiga presente embora ausente (rs) .... Angela Ellias.

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  2. Bravo,Elô. Sinto você assim mesmo: mais solta, sem eira, nem beira, mão costureira cirzindo a vida, mulher inteira, maga e feiticeira do seu destino.

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  3. Pois é, obrigada , amigas. Depois de longa abstinência, eis que renasce das cinzas, minha ousadia!rsrsr
    Muito bom ler vocês aqui.
    Carinhos...

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  4. Fernando Pessoa era um exagerado. Tanto talento não poderia caber numa pessoa apenas..

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    1. Regina, só não entendi porque vc fala do Fernando. O texto não é dele. E o que me inspirou principalmente foi o livro As Mil e Uma Noites, que remexe com os sonhos.Claro que F P tb pode ter ajudadorsrs.
      Obrigada por sua postagem.
      Abraços

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