Aqui estarão registrados textos poéticos, ou não, selecionados por mim e pela simpatia, carinho de amigos. Alguns serão um atrevimento meu, tambores a ressoar neste espaço. E, se quiserem acusar alguém , acusem-me, por favor!
domingo, 20 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Mais um de Cecília: do Romanceiro da Inconfidência
Cecília Meireles
"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da Inconfidência)
"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da Inconfidência)
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Uma reflexão
"Egoísmo não é viver como a pessoa deseja; é pedir que os outros vivam como ela"
Recebi esta frase do Orkut e gostei.Ela me leva ao registro daquilo sobre que tenho pautado minha vida, ou penso estar pautando.
Nas escolhas de vida , busco, desde que não prejudique ninguém de peso para mim,viver como desejo. Confesso que nem sempre isto é possível. Há dias em que gostaria de me isolar, de passar, por exemplo, o Natal em pura oração, reeflexão:só eu e o Menino, fazendo-lhe gracinhas , ternurinhas minhas, mas aí, vêm as exigências do outro, daria mais trabalho explicar, fazer com que as pessoas entendessem, do que seguir meus desejos. Seria eu uma egoista por pautar a vida conforme meus desejos? Neste caso do Natal, a consciência me diz sim.Não se apruma uma árvore torta depois de anos.Acabo cedendo às exigências sociais. Porém há casos em que não cedo. Não vivo e não viverei como a maioria, achando que as pessoas são cópias umas das outras. Um professor é assim, uma menina de quinze é desta forma. Toda vez que caí nestes lugares comuns de pensar, foi surpreendida pelas mudanças da vida.Aprendi, a custa de sofreres, que cada um é cada um. Não devemos julgar um menino por uam tatuagem , por um percing. Ninguém me diga o exato de como viver! Posso oferecer surpresas e também sofr^-las!
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Dois textos para uma foto
"Mesmo assim, eu o venero e às vezes penso que meu nariz é a morada da minha alma" Elogio da Madrasta-Vargas Llosa
Na casa das palavras...chegavam os poetas. As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas:elas rogavam aos poetas que as olhassem, as cheirassem, as tocassem , as provassem.Os poetas abriam os frascos, provavam as palavras com o dedo e então lambiam os lábios ou fechavam a cara. Os poetas andavam em busca de palavras que não conheciam, e também buscavam as palavras que conheciam e tinham perdido."
Eduardo Galeano- Livro dos Abraços
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Se meus olhos fossem câmeras cinematográficas
eu não veria chuvas nem estrelas nem lua,
teria que construir chuvas, inventar luas,
arquitetar estrelas.
Mas meus olhos são feitos de retinas,
não de lentes, e neles cabem
todas as chuvas estrelas lua
que vejo todos os dias todas as noites.
.
Caio Fernando Abreu
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
A TRANQUILIDADE DAS OVELHAS- Rubem Alves
A noite estava escura, céu sem estrelas.
De vez em quando ouvia-se o uivo de um lobo bem longe, misturado com o barulho do vento.
As crianças reunidas na tenda do Mestre Benjamin estavam com medo.
Mestre Benjamim sentiu o medo nos seus olhos.
Foi então que uma delas perguntou:
- Mestre Benjamim, há um jeito de não ter medo? Medo é tão ruim!
Mestre Benjamim respondeu:
Há sim... E ficou quieto.
Veio então a outra pergunta:
-E qual é esse jeito?
-É muito fácil. É só pensar como as ovelhas pensam...
-Mas como é que vou saber o que as ovelhas estão pensando?
Mestre Benjamim respondeu:
-Quando durante a noite, as ovelhas estão deitadas na pastagem, os lobos estão à espreita. E eles uivam. As ovelhas têm medo.
Mas aí, misturado ao uivo dos lobos, elas ouvem a música mansa de uma flauta. É o pastor que cuida delas e não dorme nunca. Ouvindo a música da flauta elas pensam:
Há um pastor que me protege.
Ele me leva aos lugares de grama verde
E sabe onde estão as fontes de águas límpidas.
Uma brisa fresca refresca a minha alma.
Durante o dia ele me pega no colo e me conduz por trilhas amenas.
Mesmo quando tenho de passar pelo vale escuro da morte eu não tenho medo.
A sua mão e o seu cajado me tranqüilizam.
Enquanto os lobos uivam, ele me dá o que comer.
Passa óleo perfumado na minha cabeça para curar minhas feridas.
E me dá água fresca para sarar o meu cansaço.
Com ele não terei medo, eternamente...
Mestre Benjamim parou de falar.
Os olhos de todas as crianças estavam nele.
Foi então que uma delas levantou a mão e perguntou:
-E os lobos? Eles vão embora? Eles morrem?
-Os lobos continuam a uivar. E continuam a ser perigosos. O pastor não consegue espantar todos eles. E por vezes eles atacam e matam.
Mas as ovelhas, ouvindo a música da flauta do pastor dormem sem medo, não porque não haja mais perigo, mas a despeito do perigo. Não há jeito de acabar com o perigo. Mas há um jeito de acabar com o medo.
Coragem é isso: dormir sem medo a despeito do perigo...
As crianças voltaram para suas tendas e dormiram sem medo, pensando nos pensamentos das ovelhas.
De vez em quando, lá fora, ouvia-se o uivo de um lobo faminto.
Desde então, tornou-se costume contar ovelhinhas para dormir.
Do livro de Rubem Alves: “Perguntaram-me se acredito em Deus”.
Editora
domingo, 6 de fevereiro de 2011
VERTIGEM DA IMORTALIDADE, A
VERTIGEM DA IMORTALIDADE, A
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11291
Nadando, nadando, cheguei aqui!
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11291
Nadando, nadando, cheguei aqui!
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
LUA ADVERSA, Cecília Meireles
LUA ADVERSA
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Cecília Meireles
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Ode ao gato, José Jorge Letria
Ode ao Gato
Tu e eu temos de permeio
a rebeldia que desassossega,
a matéria compulsiva dos sentidos.
Que ninguém nos dome,
que ninguém tente
reduzir-nos ao silêncio branco da cinza,
pois nós temos fôlegos largos
de vento e de névoa
para de novo nos erguermos
e, sobre o desconsolo dos escombros,
formarmos o salto
que leva à glória ou à morte,
conforme a harmonia dos astros
e a regra elementar do destino.
José Jorge Letria, in "Animália Odes aos Bichos"
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
VIVÊNCIA
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