Aqui estarão registrados textos poéticos, ou não, selecionados por mim e pela simpatia, carinho de amigos. Alguns serão um atrevimento meu, tambores a ressoar neste espaço. E, se quiserem acusar alguém , acusem-me, por favor!
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
O BURRO E O BOI NO PRESÉPIO (III)
The adoration of the magi( Albrecht Dürer)
Os que por oculta ciência
de tudo souberam.
Seus mágicos presentes,
o Meninos recebe-os.
O colo.
A mãe.
O Universo.
Atrás, porém, os dois
_Um Burro, um Boi _
grimaçante e aturdido,
mugínquo e mudo.
Inevitáveis.
Íntimos das sombras.
Insubstituíveis.
Guimarães Rosa
Feliz Natal , amigos!
O BURRO E O BOI NO PRESÉPIO (II) ,
sábado, 12 de dezembro de 2009
RECEITA DE ENGOLIR O MAR, Roseana Murray
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Matamorfose, de Cesar de Arujo
Metamorfose
Para vergá-la precisei de usar
uma nova linguagem que não minha:
desalfabetizei-me do pensar
e do equilíbrio que a palavra tinha.
E a joguei na cama-pasto a esporear-
lhe o dorso. (Égua de mulher feminina
e doce!) Ela deixou-me ruminar-
lhe o capinzal no vale de sua tina.
E quando me sentiu seu dono e fado
"seu cavalo!" e cavaleiro, entregou-
se inteiramente à monta. Dali afora.
pôde-se ouvir por todo o imenso prado
gargalhadas de amor que relinchou.
Saímos cavalgando pela aurora.
sábado, 7 de novembro de 2009
Começando a lavourar
Os sons se fecham
os sons se abrem
os sons me tocam
a tarde arde
Que que foi que que foi que que foi?,
o pássaro canta.
Esta lavoura de sons
estas plantações de cores
são o plantar da linguagem
carícias da língua na mente
bem arcaicos bem presentes
são sons que exalam segredos...
que me fala este enredo?
Eloisa , em 7/11/2009
domingo, 25 de outubro de 2009
SABES
SABES
vesti-te de palavras
com o perfume da poesia
só para te despir na leitura
(3.11.04)
(Inédito de José Antônio Gonçalves)
Sei que vai amar! rsrsr
vesti-te de palavras
com o perfume da poesia
só para te despir na leitura
(3.11.04)
(Inédito de José Antônio Gonçalves)
Sei que vai amar! rsrsr
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Classificados Poéticos de Roseana e Infância.
CLASSIFICADOS POÉTICOS
Atenção! Compro gavetas,
compro armários,
cômodas e baús.
Preciso guaradar minha infância
os jogos de amarelinha,
os segredos que me contaram
lá no fundo do quintal.
Preciso guardar minhas lembranças,
as viagens que não fiz,
ciranda, cirandinha
e o gosto de aventura
que havia nas manhãs.
Preciso guardar meus talismãs
o anel que tu me deste
oa amor que tu me tinhas
e as histórias que vivi.
(Classificados poéticos. Rosena Murray, 4 ª ed., Belo Horizonte,Ed miguilim, 1988, p.6)
Tantas coisa a lembrar sobre a infância, mesmo que não tenha sido das melhores! Lendo o poema da querida e grande poetisa, vejo-me levada de imediato ao quintal de umas das melhores casas em que morei na infância, e foram poucas as boas casas. E por que esta era a melhor?Porque tinha um quintal , um jardim cheio de dálias, margaridas...Reino de nossas experiências, minhas e de meu irmão, na época chamado Serginho. Sim, sou levada a um quintal enluarado, estrelado, perfumado...hum!... Dou as mãos às crianças, não lembro mais quem.Somos conduzidas por minha tia-irmã, dez anos mais velha, criada por minha mãe. Rodamos, cantamos ...Fui na Espanha, buscar o meu chapéu, ele era azul e branco...
Ai, meu Deus, há uma mulher de branco no jardim! Ela , descalça , levita...Não posso falar desta história! Vão dizer que era doidinha, cabecinha de menina carente...Eu vi, juro que vi! Não vejo mais, pedi a Papai do Céu para não ver mais...Eu tenho medo...Mas eu sei, eu vi...Bem ali no jardim. No jardim de minha infância, com mangueiras, com flores e surpresas. Era o vento que me contava os segredos, quando o rádio não estava ligado.Não era a tv que hoje fabrica outro tipo de ilusões. É meu mundo de histórias e lendas. De belas "Histórias do tio Janjão", "...lindas histórias , onde tio Janjão, bom e carinhoso, contará lindas histórias, lindas histórias do tempo em que os bichos falavam!!!" Meu mundo de histórias que o poema acorda.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Um pouco de mitologia...
"Talvez a lenda mais famosa sobre Afrodite diga respeito à causa da Guerra de Tróia. Eris, a personificação da discórdia - a única deusa que não foi convidada ao casamento de Peleu e da ninfa Tétis - ressentida com os deuses, arremessou uma maçã dourada no corredor onde se realizava o banquete, sendo que na fruta estavam gravadas as palavras "à mais bela". Quando Zeus se recusou a julgar entre Hera, Atena, e Afrodite, as três deusas que reivindicaram a maçã pediram à Páris, príncipe de Tróia, para fazer a premiação. Cada deusa ofereceu à Paris um suborno: Hera, prometeu-lhe que seria um poderoso governante; Atena que ele alcançaria grande fama militar; e Afrodite que ele teria a mulher humana mais linda do mundo. Páris declarou Afrodite como a mais bela e escolheu como prêmio Helena, a esposa do rei grego Menelau. O rapto de Helena por Páris foi a causa da Guerra de Tróia."
Texto pesquisado do Google.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
PRIMAVERA, Maria Adelaide
Chegou a Prima Vera!
Ressurreição de asas e flores,
Hino de vida e de cores
A tocar o céu e a terra,
Numa dança insinuante
Que muita magia encerra.
As nuvens deixaram de chorar,
Para a alegria do sol poder passar,
Indolente, mas viva e cintilante.
O vento, sempre arguto e zangado,
Com tanto brilho e cor, assustou-se, alarmado,
E acabou por fugir, esse malvado!
A natureza estende um leito de cores
Para os casais renovarem seus amores,
Enquanto o céu, vestido de azul celeste,
Nas águas das fontes, vaidoso, se reflecte.
Abrem-se janelas para o Inverno arejar
Na certeza de que, em seus peitoris,
a PRIMAVERA vai poisar.
sábado, 19 de setembro de 2009
Haicai de Elenir Teixeira
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Fernando Pessoa ele-mesmo
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Dança
Nossa, faz um mês!
Dançar, sugeri...
Dancei por outros caminhos,
Dançaste em outros também...
Mas, numa volta, num passo
Num rodopio de sonho,
Caí em teus braços, meu bem!
Dançamos por vales e montes,
Nas águas de Uba,
nas curvas da Rio-Santos,
na chuva, na penumbra,
Nos suspiros da lua entre montes,
Em barcos a navegar,
por entre lágrimas de estrelas
dancei, dancei...
De repente, há a real:
A poesia foi nossa música!
Eloisa Helena...20/1/2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Traduzir-se
Ferreira Gullar
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte _
será arte?
De Na Vertigem do Dia (1975-1980)
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Um galo apaixonado, de Ilnea
Sob o céu, tão estrelado,
que faz inveja ao luar,
um galo, apaixonado,
namora ao invés de sonhar.
que faz inveja ao luar,
um galo, apaixonado,
namora ao invés de sonhar.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
PELA LINHA FÉRREA ABANDONADA...
Quem não gostaria de reter o tempo, de reter com toda vontade os instantes mais bonitos? Já pensou, ter uma máquina de ir e voltar à vontade, rodar a vida como uma máquina de cinema?! Não posso ver Cinema Paradiso sem ser dominada pela emoção. Suas teias me transportam a uma menininha sentada na platéia, sonhando com alegrias, festas, bailes, liberdade. Já sei, você também se encanta, se é amante da sétima arte. Não é só isso, o filme foi feito para os que amam a vida com suas possibilidades: o ir e o ficar, o recolher-se ou o atirar-se na longa corrida para o futuro, no que se deixa e no que se leva. Corrida faz pensar em viagens, em trens...
Eu viajo no pc, depois de receber um e-mail :Para quem gosta do Douro: Linha Pocinho-Barca d’Alva. Transporto-me a um Portugal tão querido. Imagens banhadas de sol mostram um caminho ferroviário, muitas vezes paralelo ao rio Douro. Quando era pequena, não podia entender por que casas velhas podem ter beleza, mas já as amava. Nas imagens do e-mail diversas estações se sucedem com sua resistência, ainda com suas memórias: Coa, Castelo Melhor (será que era?)uma lágrima, Alemandra, Barca d’Alva; cancelas, marcas de quilometragem com placas de ferro já carcomidas: 84,189,195, 197, todas fazem sombra ainda. Ainda há os dormentes, invadidos pelo mato com seu desejo de vida, postes de braços abertos, galhos secos de árvores caem e por lá ficam, até que a chuva e o sol os destruam finalmente; um túnel agora sem sentido aparece, às vezes há belas pontes sobre trechos do rio que passa indiferente ao homem e a seu tempo. Alguém deixou as marcas do seu momento, em paredes escuras de uma casa destelhada:Em 13-11-84 às 14:35h... E o rio ri! Tudo passa... Lemos a placa: Atenção aos comboios: PARE–ESCUTE-OLHE . E isto, precisamos sempre fazer.
E o trem prossegue em nossa imaginação. Se o mato invade, os galhos caem, quem se importa?
Só não consigo deixar de ver, por trás dessas imagens, rostos felizes e esperançosos, banhados pelo sol português. Muitos suspiros ainda se ouvem, se você escutar bem, no meio dessas pedras da via férrea. Entrem nas casas abandonadas, lá ainda estarão pessoas de mala na mão, ou sentadas, sentindo o cheiro que vem no vento sobre o rio Douro. Minha tataravó, talvez recém-casada, pensa em ir ao Brasil, buscar um futuro melhor, e nem sonha que uma rapariga nela estará a pensar, diante da tela de um pc, e sofrerá pela via férrea abandonada.
Também há beleza no que foi.
Eu viajo no pc, depois de receber um e-mail :Para quem gosta do Douro: Linha Pocinho-Barca d’Alva. Transporto-me a um Portugal tão querido. Imagens banhadas de sol mostram um caminho ferroviário, muitas vezes paralelo ao rio Douro. Quando era pequena, não podia entender por que casas velhas podem ter beleza, mas já as amava. Nas imagens do e-mail diversas estações se sucedem com sua resistência, ainda com suas memórias: Coa, Castelo Melhor (será que era?)uma lágrima, Alemandra, Barca d’Alva; cancelas, marcas de quilometragem com placas de ferro já carcomidas: 84,189,195, 197, todas fazem sombra ainda. Ainda há os dormentes, invadidos pelo mato com seu desejo de vida, postes de braços abertos, galhos secos de árvores caem e por lá ficam, até que a chuva e o sol os destruam finalmente; um túnel agora sem sentido aparece, às vezes há belas pontes sobre trechos do rio que passa indiferente ao homem e a seu tempo. Alguém deixou as marcas do seu momento, em paredes escuras de uma casa destelhada:Em 13-11-84 às 14:35h... E o rio ri! Tudo passa... Lemos a placa: Atenção aos comboios: PARE–ESCUTE-OLHE . E isto, precisamos sempre fazer.
E o trem prossegue em nossa imaginação. Se o mato invade, os galhos caem, quem se importa?
Só não consigo deixar de ver, por trás dessas imagens, rostos felizes e esperançosos, banhados pelo sol português. Muitos suspiros ainda se ouvem, se você escutar bem, no meio dessas pedras da via férrea. Entrem nas casas abandonadas, lá ainda estarão pessoas de mala na mão, ou sentadas, sentindo o cheiro que vem no vento sobre o rio Douro. Minha tataravó, talvez recém-casada, pensa em ir ao Brasil, buscar um futuro melhor, e nem sonha que uma rapariga nela estará a pensar, diante da tela de um pc, e sofrerá pela via férrea abandonada.
Também há beleza no que foi.
domingo, 16 de agosto de 2009
Tecendo a Manhã
Tecendo a Manhã
João Cabral de Melo Neto
"Um galo sozinho não tece a manhã:
João Cabral de Melo Neto
"Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão".
quarta-feira, 29 de julho de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
DIA DO AMIGO
AMIGO
é o que
quando a pandorga sobe,
prende os olhos à magia
e viaja comigo
por mundo impossíveis.
Amigo
é quem
pensando diferente
me diz por quê.
Maria Dinorah. Cantiga de Estrela,
Mercado Aberto, RS, 1984, p29)
Na foto, minha sobrinha-neta, Rafaela e Caroline, a neta de Dona Juciara, de quem falo na crônica Nova Elegância do Ouriço. Foto do dia 13-06-2009.
Dá-me sempre, Senhor, amigos com alma de criança!
Feliz Dia do Amigo a todos!
domingo, 19 de julho de 2009
Ouça: Devaneios, de Shumann
http://www.youtube.com/watch?v=fHlfNYY1YIY
Aqui você poderá ouvir Traumerei ( onde se ouve Devaneios), Shumann .
Transporto-me com esta música, e, se você ama os clássicos, deleite-se.
Aqui você poderá ouvir Traumerei ( onde se ouve Devaneios), Shumann .
Transporto-me com esta música, e, se você ama os clássicos, deleite-se.
Achei meu poema: DEVANEIOS DE SHUMANN
DIAS ATRÁS , PROCUREI UM POEMA, ESTE QUE ESTAVA PERDIDO. Hoje procurando um do amigo, na página de uma amiga, encontrei meu poema. Obrigada , CATARINA, por tê-lo guardado em sua página e por ser esta amizade tão linda na minha vida!
Devaneios de Schumann
Schumann...
À noitinha
É mágico tapete
Teu piano, transporte
Arma fatal do meu silêncio...
Fecho os olhos
O vento nas cortinas,
Carícias de sons...
Traz a chuva!...
Sentimentos delicados
Vôo...Por quê?
Caprichos?
De noite
Sonhos turbulentos!
Sou uma criança dormindo
“Fala o poeta!”
Nas cenas da Floresta
Pássaro profeta
Pousa no meu ombro...
E tudo é silêncio ao redor...
Só minha alma grita
Em “Despedida”
Em tudo percebo
Os sons mais delicados
de uma “Fábula”
Devaneios...Devaneios...Devaneios
Teus dedos longos, ó chuva,
tocam em piano!
Clara, Schumann e eu tomamos chá!
E por que não, café?
Do outro lado da sala
teus olhos me espantam!
Enfim a música plena!
Eloisa Helena, em 23/9/2006
Para você, meu amigo querido!
sábado, 18 de julho de 2009
No capítulo:Tuberoso e sensual
Chegava ao epílogo do cerimonial quando, vindo do jardim, filtrando-se por entre as juntas dos vidros, subiu até seu nariz o penetrante perfume da madressilva. Fechou os olhos e aspirou.Era um perfume sedioso, o dessa trepadeira incoerente. Permanecia muitos dias fechada em si mesma, sem liberar seu aroma verde, como se estivesse entesourando e recarregando-o, e , de repente em certos momentos misteriosos do dia ou da noite, em decorrência da umidadedo ambiente, ou dos movimentos da lua e das estrelas, ou de certos discretos cataclismos ocorridos lá embaixo, no seio da terra onde se hospedavam sua raízes, descarregava sobre o mundo aquele bafo agridoce e pertubador que fazia pensar em mulheres morenas, com cabeleiras compridas e ondulantes, e em danças nas quais se divisavam, no desenfreado redemoinho das saias , coxas acetinadas, nádegas apertadas, tornozelos finos e , fofo-fátuo veloz, a madeixa de um frondoso púbis." Elogio da madrasta, Mário Vargas Llosa
Abraços
quarta-feira, 15 de julho de 2009
CORRESPONDÊNCIAS
Charles Baudelaire.
A natureza é um templo onde vivos pilares
Deixam às vezes sair confusas palavras;
O homem ali passa através das florestas de símbolos
Que o observam com olhares familiares.
Como os longos ecos que de longe se confundem
Numa tenebrosa e profunda unidade,
Vasta como a noite e a claridade,
Os perfumes, as cores e os sons se correspondem.
Há perfumes frescos como carnes de crianças,
Doces como os oboés, verdes como as pradarias,
-E outros corrompidos, ricos e triunfantes,
Tendo a expansão das coisas infinitas,
Como o âmbar, o almíscar, o benjoim e o incenso,
Que cantam os transportes do espírito e dos sentidos.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Leito de Folhas Verdes
de Gonçalves Dias
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d'alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lago ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento;
Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!
Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arazóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta
,Já solta o bogari mais doce aroma;
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!
¨
############################
Este é um dos poemas mais lindos do lirismo romântico!
quarta-feira, 8 de julho de 2009
SINOS, Roseana Murray
SINOS
quando estava só
nos meus vastos campos
de machucadas orquídeas
e silêncio
e à noite bebia em taças opacas
estrelas líquidas e passado
e o vento do deserto
me alcançava trazendo
o rumor dos mortos
você chegou
com vassoura de luz
varreu a casa e limpou os sinos
Roseana Murray
in Poesia Essencial, ed. Manati, 2002
quando estava só
nos meus vastos campos
de machucadas orquídeas
e silêncio
e à noite bebia em taças opacas
estrelas líquidas e passado
e o vento do deserto
me alcançava trazendo
o rumor dos mortos
você chegou
com vassoura de luz
varreu a casa e limpou os sinos
Roseana Murray
in Poesia Essencial, ed. Manati, 2002
domingo, 28 de junho de 2009
Perdi meu poema
sábado, 27 de junho de 2009
Palavras como rosas
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Sobre Crime e Castigo , Dostoiévski
Estou também em silêncio...Lágrimas seriam palavras? Não consegui ler todo o livro, mas vou à reunião.Em cada página, vislumbrei um pouco do inferno daquela alma atormentada...O sacrifício de mulheres...homens que não conseguem aceitar as máscaras...
Nas primeiras páginas demorei mais tempo do que de costume...tal o choque. Como já disse alguém, Dodô quer a nossa alma e tive medo de perder a minha. Vou ler mais um pouco esta noite e sonhar de novo com a psicologia comportamental de grupos , com as vaidades dos papeis...E que Deus tenha piedade dos inocentes, ou dos sábios. Obrigada, Grupo, pelas informações preciosas.
Eloisa Helena
(Texto escrito dia 24-06-2009 , para Grupo de Leitura Icarai).
Dia seguinte , Ilnea fez esta beleza>
Fossem as lágrimas palavras
e os versos fossem só pranto
choraria em minhas lavras
as trovas que ainda não canto.
25-06-2009
Abraço grande.
Nas primeiras páginas demorei mais tempo do que de costume...tal o choque. Como já disse alguém, Dodô quer a nossa alma e tive medo de perder a minha. Vou ler mais um pouco esta noite e sonhar de novo com a psicologia comportamental de grupos , com as vaidades dos papeis...E que Deus tenha piedade dos inocentes, ou dos sábios. Obrigada, Grupo, pelas informações preciosas.
Eloisa Helena
(Texto escrito dia 24-06-2009 , para Grupo de Leitura Icarai).
Dia seguinte , Ilnea fez esta beleza>
Fossem as lágrimas palavras
e os versos fossem só pranto
choraria em minhas lavras
as trovas que ainda não canto.
25-06-2009
Abraço grande.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Avesso
Estico a linha
Nó na alma
Caio em buracos
Acordo em templos
Faço mágicas
Vendo sonhos
Rasgo-me
Depois remendo
Assim vou levando a vida
Não reclamo dos tropeços
Vou costurando meus retalhos
Alegres, tristes, grandes ou pequenos
Sonhos, amores,ideais
Amassados, roidos, esquecidos
Todos eles têm suas cores
Qualidades e defeitos
O que importa
É viver intensamente
Mesmo que boneca de pano
Remendanda, costurada, até bizarra
Esse é o meu avesso
Acreditem... tem encanto.
Da amiga:Maria Lúcia de Almeida,
poetisa, meiga e doce, a quem aprendi a admirar na Discutindo Literatura.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
AMÊNDOAS
O poema de hoje é de uma amiga aqui do Orkut. Em breve, irei abraçá-la pessoalmente.
Na Comunidade Discutindo Literatura, a palavra a libertar seria amêndoa (sugestão minha) e esta ficou algum tempo presa.Dei up , ela surgiu, a nossa sensível poetisa: Luciana Pessanha.
Lu, a você meu agradecimento por esta beleza, pequena e preciosa, como uma amêndoa! Beijos.
Deixe o seu amor
exposto ao sol da dúvidas
enquanto beija e oferta
bombas de amêndoas.
Na Comunidade Discutindo Literatura, a palavra a libertar seria amêndoa (sugestão minha) e esta ficou algum tempo presa.Dei up , ela surgiu, a nossa sensível poetisa: Luciana Pessanha.
Lu, a você meu agradecimento por esta beleza, pequena e preciosa, como uma amêndoa! Beijos.
Deixe o seu amor
exposto ao sol da dúvidas
enquanto beija e oferta
bombas de amêndoas.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
O decifrador de imagens
O decifrador de imagens
persegue um fantasma de vestígios
como Ulisses amarrado
ao querer do conhecer
A descoberta é invenção provisória:
as vozes não se vêem
o que se vê não se ouve
A imaginação
ergue-se do arrepio da sombra
guerrilha entre parênteses
ergue-se da constante chacina
procurando outra coisa
outra causa
o outro lado do ver
Ana Hatherly
O Pavão Negro
Assírio & Alvim
2003
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Hoje é Dia de Camões
Glosa a mote alheio
"Vejo-a na alma pintada,
Quando me pede o desejo
O natural que não vejo."
"Se só no ver puramente
Me transformei no que vi,
De vista tão excelente
Mal poderei ser ausente,
Enquanto o não for de mi.
Porque a alma namorada
A traz tão bem debuxada
E a memória tanto voa,
Que, se a não vejo em pessoa,
"Vejo-a na alma pintada."
O desejo, que se estende
Ao que menos se concede,
Sobre vós pede e pretende,
Como o doente que pede
O que mais se lhe defende.
Eu, que em ausência vos vejo,
Tenho piedade e pejo
De me ver tão pobre estar,
Que então não tenho que dar,
"Quando me pede o desejo."
Como àquele que cegou
É cousa vista e notória,
Que a Natureza ordenou
Que se lhe dobre em memória
O que em vista lhe faltou,
Assim a mim, que não rejo
Os olhos ao que desejo,
Na memória e na firmeza
Me concede a Natureza
"O natural que não vejo."
Luís de Camões
Meu poeta prefrido.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Uma homenagem à Discutindo Literatura
Constelações.Que riqueza a imaginação humana!
"Sugerir sem revelar...
induzir a uma emoção.
O Poeta, em seu cantar
tem essa doce Missão!"
(Elizabeth Souza Cruz)
in, Discutindo Literaturas Crônicas.
A imagem é minha foto .Registro de uma visita ao Planetário em 7/6/2009, acompanhando minha filha Adélia a um trabalho.
No Planetário, com minha filha
sábado, 6 de junho de 2009
Maria
Estas são minhas amigas: Ana Catarina , a flor mais novinha, Maria Adelaide, a flor que enfeita o planeta há mais tempo.
São duas amigas que fiz no Orkut e com as quais me identifico, troco poemas, fotos, sugestões , confidências , orações e piadas. São portuguesas e pretendo um dia abraçá-las pessoalmente. No dia do aniversário de Maria Adelaide, em 17/4/2009, Catarina -nome de rainha,-não pode estar presente e enviou-lhe o poema que foi lido e posto aqui hoje.
Já chegara a Primavera
E os passarinhos voltavam,
Mas os campos florescidos,
Ao brilho do Sol aquecidos,
Sublime flor aguardavam.
Foi no dia dezassete
Que as andorinhas pousaram
No berço de uma menina,
Maria, tão pequenina,
Suavemente a embalaram.
Maria cresceu, floriu,
Trouxe ao mundo novas vidas.
Multiplicou seu amor
Com delicadeza de flor,
Tornou-as mais coloridas.
Vão passando as Primaveras,
Mas o coração sabe bem
A vida que a ti devemos.
Com amor te agradecemos
O teu colinho de mãe.
Ana Catarina
Fiquei tão emocionada, diz a mamãe.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Leite derramado
Muito interessante o poema de uma companheira do Clube de Leitura Icaraí!
"Olha aí, gente minha! Nem tão poeta, nem tão ativista... um tantinho sonhadora e, sempre questionadora, num momento qualquer, perdido por aí, também ousei meu "Leite Derramado".
Um saco ser fatalista!
Tudo é tão pré-destinado
Que tira até o direito
Da gente poder chorar
Sobre o leite derramado
Ou de pensar que amanhã
Se possa apagar o fogo
Justinho na hora certa:
Pouco antes do desastre.
Pensava ser fatalista
Eu, desde de pequenininha.
Mas para ser verdadeira,
Sou bem como todo mundo:
Fatalista de passado
De repetir, "eu não disse
Que isso ia dar errado?
Ou então "que maravilha!
Só poderia acabar
Assim mesmo: tudo certo!"
Fatalismo p'ra amanhã...
...sei lá, até pode ser...
... sei não... melhor nem dizer."
E assim, lá vamos nós
Nessa "vã filosofia"
Fatalismo e poesia
Juntos, no mesmo saco.
É isso aí, meus senhores
Nem adianta negar,
Pois coisas tão antagônicas
- assim, só de parecença -
bem podem coexistir.
Lá no fundo, todos nós
Os fatalistas-poetas
Ou "vice-versa ao contrário"
Ao falarmos de porvir
Como falamos bonito!
Dizendo que, o futuro
No céu de já foi traçado
E nas estrelas escrito.
(Ilnéa, alguns (muitos) anos atrás...e ainda.ubstância que pode causar intoxicações."
"Olha aí, gente minha! Nem tão poeta, nem tão ativista... um tantinho sonhadora e, sempre questionadora, num momento qualquer, perdido por aí, também ousei meu "Leite Derramado".
Um saco ser fatalista!
Tudo é tão pré-destinado
Que tira até o direito
Da gente poder chorar
Sobre o leite derramado
Ou de pensar que amanhã
Se possa apagar o fogo
Justinho na hora certa:
Pouco antes do desastre.
Pensava ser fatalista
Eu, desde de pequenininha.
Mas para ser verdadeira,
Sou bem como todo mundo:
Fatalista de passado
De repetir, "eu não disse
Que isso ia dar errado?
Ou então "que maravilha!
Só poderia acabar
Assim mesmo: tudo certo!"
Fatalismo p'ra amanhã...
...sei lá, até pode ser...
... sei não... melhor nem dizer."
E assim, lá vamos nós
Nessa "vã filosofia"
Fatalismo e poesia
Juntos, no mesmo saco.
É isso aí, meus senhores
Nem adianta negar,
Pois coisas tão antagônicas
- assim, só de parecença -
bem podem coexistir.
Lá no fundo, todos nós
Os fatalistas-poetas
Ou "vice-versa ao contrário"
Ao falarmos de porvir
Como falamos bonito!
Dizendo que, o futuro
No céu de já foi traçado
E nas estrelas escrito.
(Ilnéa, alguns (muitos) anos atrás...e ainda.ubstância que pode causar intoxicações."
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Diácono
Assim como as mulheres que seguiam ao Senhor,
Seguir-te-ei pelos caminhos
Mesmo que me tragas muita dor.
Perfumarei os teus pés,
Serei tua escrava de amor!
Serei ridícula, sem férias...
Isto, dizia a menina,
querendo amar o Servidor!
Serviu, serviu ...
Se consumiu
E depois, descobriu
Uma miragem nas águas...
Para lá se transportou.
Hoje ela vive feliz:
dança , canta, beija...
Pensa que virou sereia!
Exerce seu ritual todos os dias.
5-4-2008 Eloisa Helena
Seguir-te-ei pelos caminhos
Mesmo que me tragas muita dor.
Perfumarei os teus pés,
Serei tua escrava de amor!
Serei ridícula, sem férias...
Isto, dizia a menina,
querendo amar o Servidor!
Serviu, serviu ...
Se consumiu
E depois, descobriu
Uma miragem nas águas...
Para lá se transportou.
Hoje ela vive feliz:
dança , canta, beija...
Pensa que virou sereia!
Exerce seu ritual todos os dias.
5-4-2008 Eloisa Helena
terça-feira, 26 de maio de 2009
SEXO
Faz nexo esperar
esperar pela liberdade ,
a palavra sexo?
Sexo, nome reprimido por gerações.
Sexo, no escuro,
nem sempre seguro,
sem explicações...
Sexo , tão puro...tão humano,
tão força motriz!
Algo proibido...
mas tão natural!
Sexo , flor da vida...
Movimento de corpos
em busca da alma,
da calma e da paz!
Sexo , pode ser sublime, feliz!
Sexo, sexo , sexo,
faz eco pelo quatro cantos...
Acorda o melhor no homem!
Faz mais poetas ornados de flores!
Eloisa Helena
16-11-2008, no Orkut
Feito no tópico Liberte a Palavra -
Feito no tópico Liberte a Palavra -
onde, Sexo esperou por muitos dias sua liberdade...
Comunidade: Discutindo Literaratura Foto de Alberto,Orkut.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Voz que se cala
Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.
Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!…
Florbela Espanca
domingo, 17 de maio de 2009
NO EXEMPLAR DE UM VELHO LIVRO
Neste brejo das almas
o que havia de inquieto
por sob as águas calmas!
Era um susto secreto,
eram furtivas palmas
batendo, louco inseto,
era um desejo obscuro
de modelar o vento,
eram setas no muro
e um grave sentimento
que hoje, varão maduro,
não punge, e me atormento.
(Carlos Drummond de Andrade, Fazendeiro do Ar)
terça-feira, 12 de maio de 2009
ORAÇÃO À ESTRELA DA MANHÃ
LADAINHA DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, ouvi-nos. Jesus Cristo, atendei-nos. Pai Celeste que sois Deus, tende piedade de nós. Filho Redentor do mundo que sois Deus, tende piedade de nós. Espírito Santo que sois Deus, tende piedade de nós. Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós Santa Maria, rogai por nós. Santa Mãe de Deus, Santa Virgem das virgens, Mãe de Jesus Cristo, Mãe da divina graça, Mãe puríssima, Mãe castíssima, Mãe Imaculada, Mãe intemerata, Mãe amável, Mãe admirável, Mãe do bom conselho, Mãe do Criador, Mãe do Salvador, Virgem prudentíssima, Virgem venerável, Virgem louvável, Virgem poderosa, Virgem clemente, Virgem fiel, Espelho de justiça, Sede da sabedoria, Causa da nossa alegria, Vaso espiritual, Vaso digno de honra, Vaso insigne de devoção, Rosa mística, Torre de David, Torre de marfim, Casa de ouro, Arca da aliança, Porta do Céu, Estrela da manhã, Saúde dos enfermos, Refúgio dos pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, Rainha dos Anjos, Rainha dos Patriarcas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos, Rainha dos Mártires, Rainha dos Confessores, Rainha das Virgens, Rainha de todos os santos, Rainha concebida sem pecado original, Rainha assunta ao Céu, Rainha do sacratíssimo Rosário, Rainha da Paz,
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor. Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor. Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós. V/ Rogai por nós, santa Mãe de Deus. R/ Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Oremos. Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos Vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão da bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da tristeza do século e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Mudanças
Entra ano , sai ano,
As coisas mudam...
Nós mudamos?
Embalamos nossos sonhos
Nos papéis mais coloridos.
Já mudamos de cidades,
já mudamos de partidos...
As mudanças acontecem,
muitas ficam sem sentido.
Mudamos nossas feições,
nossos pedidos..
A vida segue...
No mesmo redemoinho:
esperanças, natais, carnavais,
semanas de luto, semanas de surto...
amores que vão , amores que vêm...
e tudo que segue rodando rodando...
Que sentido a vida tem?
Eloisa Helena
Feito em 27/12/2007, na Comunidade Discutindo Literatura.
sábado, 9 de maio de 2009
MARGEM
quarta-feira, 6 de maio de 2009
NOSSO TEMPO - VI,
de Carlos Drummond de Andrade
Nos porões da família
orquídeas e opçôes
de compra e desquite.
A gravidez elétrica
A gravidez elétrica
já não traz delíquios.
Crianças alérgicas
trocam-se; reformam-se.
Há uma implacável
guerra às baratas .
Contam-se histórias
por correspondência.
A mesa reúne
um copo, uma faca,
e a cama devora
tua solidão.
Salva-se a honra
e a herança do gado.
********************************
Respeitei a escrita de Drummond nestes novos tempos de mudanças ortográfica. Novos tempos, em nosso tempo, mas meu respeito por Drummond , por sua escrita , aqui se faz presente.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
DE QUEM HOJE PENSO
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Tambores
"Tambores" dá inicio a meus textos. Incentivada por amigos, que há muito me cobram um blog, dou ínício, hoje, a ele.Que melhor seria para anunciar , com algum alarde, minha pretensão, senão tambores? Feito um exercicio poético, dentro de uma comunidade (Discutindo Literatura), em menos de 10' , ele surgiu. Então, lá vai:
Tambores
Pra falar e libertar
São usados tambores...
Encontro fácil as rimas.
São tantas, e nem sempre
santas:
horrores, odores, rubores...
Pra dizer do que acordam
falta-me muito , amores
As forças mais primitivas
Os bichos que saltam muros
As ancas se requebrando
A morte perdendo pra vida!
(Eloisa - 29/04/2009)
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Tambores
Pra falar e libertar
São usados tambores...
Encontro fácil as rimas.
São tantas, e nem sempre
santas:
horrores, odores, rubores...
Pra dizer do que acordam
falta-me muito , amores
As forças mais primitivas
Os bichos que saltam muros
As ancas se requebrando
A morte perdendo pra vida!
(Eloisa - 29/04/2009)
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